quinta-feira, 14 de junho de 2012

A perda da inocência





"Paisagem na Neblina" é um filme grego de 1988 do diretor Theodoros Angelopoulos.

O filme conta a história de Voula (Tania Taiologou) e Alexandre (Michalis Zeke), dois jovens irmãos que partem para a Alemanha em busca do pai. 

A obsessão pela figura paterna faz com que as duas crianças tramem uma fuga durante à noite. Ponto interessante é a desistência por vezes bem na hora de pegar o trem. O medo do desconhecido fica evidenciado.

O filme é doloroso. Acompanhar o garotinho Alexandre vendo a dor de um agonizante cavalo é algo forte. A maldade do ser humano e a dureza da vida abraça os pequenos protagonistas. Voula está passando para a adolescência. Acompanhamos todo seu processo de menina para mulher.

Porém, é no sugerido abuso sexual que Voula sofre por um caminhoneiro, que o espectador mais se choca. Se estivéssemos vendo um filme de Hollywood, um mocinho apareceria e salvaria Voula. Mas não é desse tipo de filme que estamos falando. Theodoros Angelopoulos, com maestria, dirige uma longa sequência, em que ficamos vendo uma imagem de um caminhão, o silêncio, e mais nada. Ápice do filme. Uma das cenas mais marcantes que já vi.

Vale mencionar o belo final. Arrepiante e que não poderei detalhar para evitar spoilers. Meu filme europeu predileto. Apenas isso.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Pesquisas 3

Continuando a falar sobre as pesquisas que realizei, perguntei às pessoas sobre quais são os países/continentes que elas consomem cinema. 

Obviamente, e não esperava mesmo que fosse diferente, os USA ficaram disparados na primeira colocação com 46% da preferência dos entrevistados. Brasil e Europa aparecem empatados em segundo lugar com 19% cada um da preferência dos entrevistados. Foram citados ainda Ásia e América Latina com 8% cada.

Não há muito a comentar. Os USA possuem uma poderosa e riquíssima indústria cinematográfica. É cultural. Mas não significa que são os produtores dos melhores filmes. Talvez, se eu pensasse nos meus filmes prediletos, a grande maioria seja americana, proporcionalmente, a quantidade de belíssimos filmes produzidos na Ásia, América Latina, Brasil e principalmente na Europa, me faz crer que os americanos ainda estão atrás em vários quesitos.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

"Com que frequência você encontra a pessoa certa?"





"Apenas uma Vez" é um filme de 2006 do diretor John Carney, que também assina o roteiro.

O filme conta a história de um músico (Glen Hansard), que tenta ganhar algum dinheiro tocando suas composições no violão pelas ruas de Dublin. Ele, por acaso, encontra uma garota tcheca (Markéta Irglová), e começa com ela uma boa amizade. Com afinidades musicais, eles passam a compor juntos, enquanto se aproximam cada vez mais.

A idéia de "Apenas uma Vez" surgiu da parceria entre o diretor John Carney e o vocalista da banda The Frames, Glen Hansard. Carney pediu a Ansard que escrevesse algumas músicas para criar um filme onde pudesse utilizar uma história simples como cenário para as composições. Depois de 10 belas músicas prontas e um roteiro simples e objetivo, "Apenas uma Vez" saiu do papel.

O grande mérito do filme é trazer ao espectador uma história de amor realista e madura. Não é uma comédia romântica/musical. O filme não cai em clichês e, dessa forma, podemos captar perfeitamente o que se passa no coração de cada personagem. 

Glen Hansard e Markéta Irglová não são atores, e sim músicos, mas convencem e passam todo o sentimentalismo dos personagem com uma veracidade gigantesca. Conforme vão ficando mais íntimos, a vontade implícita de um romance acontecer parece querer explodir, mas acaba sempre abafada pela dureza da vida (ele está saindo de um relacionamento com um final triste, e ela é casada).

E a parte musical é um parágrafo à parte. Diferente dos convencionais filmes musicais tradicionais, "Apenas uma Vez", não é nada espalhafatoso. As músicas não surgem em meio de diálogos onde personagens começam a cantar do nada. Elas estão perfeitamente inseridas no contexto da história mostrada no filme. E são belas, gostosas de ouvir e transmitem com perfeição todo o clima romântico.

Obra prima.


Pesquisas - Parte 2

Continuando as pesquisas, perguntei qual o meio mais utilizado para as pessoas assistirem a um filme. As opções eram cinema, TV por assinatura, TV aberta, compra de filmes, aluguel de filmes e pirataria (downloads). O resultado foi:

Cinema: 34%
TV por assinatura: 23%
Compra de filmes: 17%
Aluguel de filmes: 17%
Pirataria: 9%
Tv aberta: 0%

Para minha surpresa, a TV aberta não obteve nenhum voto. Nenhum. Isso apenas mostra que com o passar do tempo, a TV aberta perde seu espaço cada vez mais.
Se a pesquisa tivesse sido realizada há 10 ou 15 anos atrás, provavelmente o percentual da TV aberta seria significativo, assim como o percentual do aluguel de filmes, que me lembro bem, era provavelmente o principal meio para se assistir filmes na minha infância e adolescência.
Não vejo com otimismo o futuro das videolocadoras.
Ao menos, para minha felicidade, o cinema parece continuar forte. Fiquei surpreso também com os 17% que dizem comprar filmes. Boa surpresa, por sinal...