quarta-feira, 9 de maio de 2012

A necessidade de ser explícito!


Brown Bunny é um road-movie independente do diretor Vincent Gallo, realizado em 2003.
O filme conta a história de Bud (Vincent Gallo), um motociclista que perdeu seu amor, Daisy (Chloe Sevigny). Piloto profissional de motocicletas, ele atravessa os USA para competir na próxima etapa. Durante a viagem, mulheres com nomes de flores passam por sua vida.
Particularmente não conheço pessoalmente ninguém que assistiu Brown Bunny. Qualquer discussão que fiz sobre esse filme, qualquer comentário que ouvi sobre ele foi através da internet. Isso dá a impressão que Brown Bunny é um filme para poucos. E é.
Talvez a principal razão para Brown Bunny ser um filme pouco conhecido, é o negativismo exagerado da crítica mundial em cima do longa. E esse negativismo está atrelado a uma cena específica. Se você já assistiu ou já ouviu falar sobre Brown Bunny, já sabe sobre o que estou falando. O filme possui uma cena de sexo explícito onde Daisy faz sexo oral em Bud. A referida cena repercutiu de forma extremamente negativa. Na sua estreia em Cannes, Brown Bunny foi vaiado pela maioria, mas parece que alguns poucos compreenderam melhor o filme.
Não. Brown Bunny não é sobre sexo. Brown Bunny é sobre solidão, é sobre tristeza, e é, principalmente, sobre culpa. É, ao lado de Blue Valentine, de 2011, o filme mais sentimental que conheço.
A maior parte do filme exibe a viagem de Bud pelos USA, onde as paisagens, a trilha sonora e, algumas vezes, o silêncio, transbordam amargura. Bud encontra em seu caminho, mulheres com nomes de flores (assim como sua amada Daisy), e ele se envolve com elas (ou quase), mas as deixa subitamente. Aos poucos o expectador vai tendo, delicadamente, a explicação para o comportamento de Bud. O final pode surpreender e é belíssimo.
Brown Bunny é um filme denso, complexo, belo, triste e emocionante. É muito mais que um simples boquete. E falando nisso, acho a famosa e mal falada cena maravilhosa.

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